quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tipos de Sistemas de Informação na empresa

Tipos de Sistemas de Informação na empresa
Um administrador, precisa entender o papel dos diversos tipos de Sistemas de Informação existentes nas empresas hoje, que são necessários para apoiar a tomada de decisões e atividades de trabalho existentes nos diversos níveis e funções organizacionais, sejam elas desktop ou via web. Eles provocam mudanças organizacionais e administrativas trazendo desafios para administração, como Integração que é obter vantagens com sistemas que integrem diversos níveis e funções organizacionais possibilitando troca de informações entre diversos setores, este é o principal desafio, pois é o administrador que identifica quais setores precisam estar interligados. O outro desafio é ter visão ampla, pois na filosofia da administração os administradores são treinados para gerenciar uma linha de produto e não a organização inteira como é exigido pelos sistemas integrados e redes setoriais. Estes desafios exigem enormes investimentos.Devido à existência de diferentes interesses, especialidades e níveis em uma organização são necessários diversos tipos de sistemas, pois nenhum sistema individual pode atender todas as necessidades de uma empresa. Destacam se 4 tipos principais de sistemas que atendem diversos níveis organizacionais: sistemas do nível operacional, que dão suporte a gerentes operacionais em transações como vendas, contas, depósitos, fluxo de matéria prima etc. Sistemas do nível de conhecimento envolvem as estações de trabalho e automação de escritório a fim de controlar o fluxo de documentos. Sistemas do Nível Gerencial atendem atividades de monitoração, controle, tomada de decisões e procedimentos administrativos dos gerentes médios e os sistemas de nível estratégico, que ajudam a gerencia sênior a enfrentar questões e tendências, tanto no ambiente externo como interno a empresa. Além das características dos sistemas por níveis empresariais, eles também atendem diversas áreas funcionais, como vendas, marketing, fabricação, finanças, contabilidade e recursos humanos.Há tipos específicos de Sistemas de Informação para cada nível organizacional: Sistemas de Processamento de Transações (SPTs) sistemas integrados que atendem o nível operacional, são computadorizados, realizando transações rotineiras como folha de pagamento, pedidos etc., Onde os recursos são predefinidos e estruturados, è através deles que os gerentes monitoram operações internas e externas a empresa, são críticos, pois se deixarem de funcionar podem causar danos a outras empresas a e a própria. Atendem 5 categorias funcionais: vendas/marketing, fabricação/produção, finanças/contabilidade e recursos humanos.Sistemas de Trabalhadores de Conhecimento (STCs) e Sistemas de automação de escritório atendem necessidades do nível de conhecimento envolvendo trabalhadores de conhecimento, pessoas com formação universitária como engenheiros e cientistas e trabalhadores de dados que possuem educação inferior como secretárias, contadores, arquivistas etc. Se diferenciam, pois trabalhadores de conhecimento criam informações e trabalhadores de dados manipulam , usam informações prontas, a produtividade destes é aumentada com o uso dos Sistemas de automação de escritório que coordenam e comunicam diversas unidades, trabalhadores, e fontes externas como clientes e fornecedores. Eles manipulam e gerenciam documentos, programação e comunicação, envolvendo além de textos, gráficos etc, hoje publicados digitalmente em forma de sites para facilitar o acesso e distribuição de informações.Sistemas de Informação Gerenciais (SIG), é o estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração, dão suporte ao nível gerencial através de relatórios, processos correntes, histórico através de acessos on-line, orientados a eventos internos, apoiando o planejamento controle e decisão, dependem dos SPTs para aquisição de dados, resumindo e apresentando operações e dados básicos periodicamente.Sistemas de Apoio a Decisão (SAD), atendem também o nível de gerencia ajudando a tomar decisões não usuais com rapidez e antecedência a fim de solucionar problemas não predefinidos, usam informações internas obtidas dos SPT e SIG e também externas como preços de produtos concorrentes etc, Têm maior poder analítico que os outros sistemas, construídos em diversos modelos para analisar e armazenar dados, tomar decisões diárias, por isso possuem uma interface de fácil acesso e atendimento ao usuário, são interativos, podendo-se alterar e incluir dados através de menus que facilitam a entrada deles e obtenção de informações processadas.Sistemas de Apoio ao Executivo (SAEs) atendem o nível gerencial, os gerentes seniores que tem pouco ou nenhuma experiência com computadores, servem para tomar decisões não rotineiras que exigem bom senso avaliação e percepção. Criam um ambiente generalizado de computação e comunicação em vez de aplicações fixas e capacidades específicas. Projetados para incorporar dados externos como leis e novos concorrentes, também adquirem informações dos SIG e SAD a fim de obter informações resumidas e úteis aos executivos. , não só sob forma de textos, mas também gráficos projetados para solucionar problemas específicos que se alteram seguidamente, através de modelos menos analíticos. Ele é formado por estações de trabalho, menus gráficos , dados históricos e de concorrentes ,bancos de dados externos, e possuem fácil comunicação e interface.Os Sistemas de Informação se relacionam um com outros a fim de atender os diversos níveis e organizacionais, sendo os SPT a fonte de dados mais importante para os outros sistemas, os SAEs são os recebedores de dados de sistemas de níveis inferiores, os outros trocam dados entre si. Também atendem diferentes áreas funcionais, por isso é importante e vantajoso a integração entre eles para há informação chegar a diferentes partes da organização, ma isto tem alto custo, é demorado e complexo por isso cada organização deve ligar os setores que acha necessário para atender suas necessidades.Quanto a função organizacional, os SI se dividem em Sistemas de Venda e Marketing, responsável pela venda do produto ou serviço. O Marketing procura identificar o que os clientes querem consumir e também os melhores clientes, criando e mostrando novos produtos ou serviços através de propagandas e promoções, já as Vendas contatam os clientes, oferecem os produtos e serviços fecham pedidos, acompanham o comercio.. No nível estratégico eles monitoram e apóiam novos produtos e oportunidades e identificam o desempenho dos concorrentes.. No nível de Gerencia dão suporte a pesquisas de mercado campanhas promocionais e determinação e preços, analisando o desempenho do pessoal de vendas, No nível de conhecimento apóiam estações de trabalho analisando marketing e no Operacional dão suporte ao atendimento e localização de clientes. Sistemas de Informação de Fabricação e Produção, responsável pela produção de bens e serviços tratam do planejamento, desenvolvimento, manutenção e estabelecimento de metas de produção aquisição e armazenagem de equipamentos, matérias primas para fabricar produtos acabados. No Nível Estratégico ajudam a localizar novas fabricas e investir em novas de tecnologias de fabricação, no Nível de Gerencia analisam e monitoram custos, recursos de fabricação e produção no de Conhecimento criam e distribuem conhecimentos especializados orientando o processo de produção e no Operacional monitoram e controlam a produção. Um exemplo simples deste tipo de sistema s é o controle de estoque com emissão de relatórios.Sistemas de Informação Financeira e Contábil responsáveis pela administração de ativos financeiros visando o retorno ao investimento. A função Finanças se encarrega de identificar novos ativos financeiros (ações títulos e dividas) através de informações externas. Já a função Contabilidade é responsável pela manutenção e gerenciamento de registros financeiros (recibos folha de pagamento etc) para prestar contas aos seus recursos. Estes sistemas compartilham problemas, acompanhando o que possuem com o que necessitam. No nível Estratégico estabelecem metas de investimento prevendo desempenho financeiro, no nível de Gerencia ajudam gerentes a supervisionar e controlar recursos financeiros, no de Conhecimento fornecem ferramentas analíticas como estações de trabalho para aumentar o retorno sobre investimento, e no Operacional monitoram o fluxo de recursos realizados pelas transações como cheques, pagamentos a fornecedores, relatórios e recibos..Sistemas de Recursos Humanos, responsável por atrair, aperfeiçoar e manter a força de trabalho da empresa ajudam a identificar funcionários potenciais e selecionar novos, desenvolver talentos e potencialidades. No nível estratégico identificam habilidades, escolaridade tipos de cargo atendem os planos de negocio. No de Gerência monitoram o recrutamento, alocação e remuneração de funcionários, no de Conhecimento descrevem funções relacionadas ao treinamento, elaboração de planos de carreira e relacionamentos hierárquicos entre funcionários e no Operacional registram o recrutamento e colocação de funcionários da empresa. Eles armazenam dados básicos de funcionários como nome endereço, telefone, escolaridade função salário etc são elaborados para armazenar dados que atendam exigências dos governos federais e estaduais relacionadas a contratação de funcionários conforme as leis trabalhistas.Além de SIs para coordenar atividades e decisões da empresa e por setores a través dos Sistemas Integrados e Processos de Negócios automatizando o fluxo de informações, também necessitam de Sistemas de Informação para gerenciamento de relações com clientes (CRM) e da cadeia de suprimento (SCM) para coordenar processos que abrangem diferentes funções empresariais, inclusive compartilhadas com clientes e outros parceiros da cadeia de suprimento.Os Processos de negocio é a maneira como o trabalho é organizado, planejado e focado para produzir um produto ou serviço de valor. Pode se dizer que são um conjunto de atividades, fluxos de trabalho, materiais, informações e conhecimentos, mas por outro lado referem-se a maneira da gerencia coordenar o trabalho. Embora cada função empresarial tenha seus processos de negocio, eles podem ser Transfuncionais porque ligam fronteiras entre as principais áreas funcionais e agrupam funcionários de diferentes especialidades para completar as tarefas. Reprojetar um processo de negocio exige analise e planejamento para evitar que os sistema faça o que a organização não precisa.Os processos de relacionamento entre clientes e fornecedores são repensados de forma estratégica, pois com as empresas digitais, o comercio eletrônico e a competição global eles tornaram-se cada vez mais exigentes e se a organização não os atendem como quiserem perdem-nos. Por isso os clientes não são mais tratados como fontes de receita mas como ativos que precisam ser preservados , tentar conquistar novos clientes também é importante. através do Gerenciamento das relações com o cliente CRM que envolve administração e tecnologia usando SIs para coordenar os processos de negocio e interações da empresa com clientes, vendas marketing e serviços. Antigamente eram cadastrados apenas alguns dados de clientes em fichas hoje com as ferramentas do CRM e os múltiplos canais de comunicação armazenam-se dados completos ajudando as empresas a identificar os melhores clientes e até mesmo o que desejam consumir ou consomem mais.O Gerenciamento da cadeia de suprimento (SCE) é a ligação e coordenação das atividades de compra fabricação e movimentação de um produto para entregá-lo mais rapidamente ao consumidor com baixo custo. A cadeia de suprimento são processos de negócios para selecionar matérias primas e transforma-las em produtos intermediários e acabados interligando fornecedores, indústrias, transporte, varejo, clientes, com seleção de matéria prima, controle de estoque, entrega, ou seja, fornecer serviços desde a fonte até o consumidor. Este também inclui a Logística Reversa que é a devolução de produtos identificando o motivo e o produto. Enfim o motivo principal é atender a todos evitar a falta de produtos e matérias primas para comercialização e fabricação respectivamente, Isto quando não ocorre o Efeito Chicote a informação é modificada a medida que passa de entidade a entidade (Fornecedor-Fabricante-Distribuidor-Varejo-Cliente), se estes níveis compartilhassem informações teriam um melhor desempenho. Este gerenciamento tem duas formas, ele pode ser SPC que é o planejamento da cadeia de suprimentos habilitando a empresa a gerar previsões de demanda e desenvolver planos de aquisição de matéria prima e fabricação para um produto, pode ser também SCE que é a execução da cadeia de suprimentos serve para gerenciar o fluxo de produtos por meio das centrais de distribuição e depósitos garantindo a entrega dos produtos.Para garantir o gerenciamento da cadeia de suprimentos é preciso que os membros da cadeia trabalhem em conjunto para atingir a mesma meta e coordenar melhor os processos de negocio, para isso as empresas estão recorrendo ao Processo Colaborativo que é o uso de tecnologias digitais como Internet, Intranet e Extranet para capacitar as organizações a desenvolver, montar e gerenciar os produtos durante seu ciclo de vida. Muitas empresas hoje são donas e responsáveis por sua própria rede o que diminui custos e facilita o compartilhamento de informações é claro tendo algumas restrições de acesso. Utilizam as redes chamadas setoriais privadas para coordenar pedidos e outras atividades com fornecedores, distribuidores, empresas parceiras e até mesmo alguns clientes.O uso de diversos SIs não integrados em uma organização pode dificultar o acesso e compreensão de informações por parte da gerencia e outros níveis organizacionais ou até mesmo apresentar a informação de forma errada e incompreensível causando grandes danos, por isso muitas empresas estão montando ERPs Sistemas de Informação de planejamento empresarial que modelam e automatizam os processos de negócio atendendo todos os níveis da empresa, coletando e armazenando em um único arquivo os principais dados dos processos de negocio podendo ser acessados por todos os setores da empresa, proporcionando aos gerentes informações precisas para coordenar informações diárias da empresa com ampla visão dos processos de negocio e fluxo de informações.Os Sistemas Integrados geram benefícios, promovem alterações em 4 dimensões da empresa: estrutura, processo de gerenciamento, plataforma de tecnologia e capacidade. Usados para apoiar estruturas organizacionais e criar uma nova cultura organizacional. As informações são estruturadas ao redor de processos de negocio transfuncionais aperfeiçoando relatórios gerenciais e tomada de decisões. Eles também oferecem a empresa uma plataforma de tecnologia de SI única contendo dados de todos os processos de negocio. Aumentam a capacidade das empresas em interagir com todos os níveis da cadeia de suprimento ainda mais se usarem os mesmos softwares para integração, pois assim trocarão dados sem intervenção manual.Mas quando a benefícios sempre a desafios para serem enfrentados, os SI integrados são difíceis de montar e exigem grandes investimentos em tecnologia, softwares complexos, hardware e meios de armazenamento potentes, e mudanças nos processos de negócios e atividades. As empresas que não aceitarem ou não possuem condições para acompanhar as mudanças não conseguirão integrar processos funcionais e empresarias, além do custo também envolve tempo o que pode fazer que o sistema quando pronto fique desatualizado. Ainda pode ocorrer que as empresas não alcancem suas metas se utilizarem ERPs padrões e fiquem desatualizadas, pois não atenderão o consumidor da forma que ele exige perdendo a competitividade. As menores organizações ou as que possuem sistemas isolados que atendem suas necessidades podem não optar pelos SIs Integrados.Quando as empresas operam internacionalmente, há diferentes maneiras de configurar os SI, baseando-se na estrutura organizacional, que pode ser Exportadora Nacional,, onde as atividades funcionais são centralizadas no pais de origem, Multinacionais concentram administração e controle financeiro no pais de origem deixando produção vendas e marketing em outros paises que são adaptados para atender as condições locais de mercado. As franqueadoras projetam, fabricam e financiam o produto no pais de origem, levando a produção, marketing e recursos humanos para outros paises. As Transnacionais não possuem sede local única e sim diversas e regionais ou mundiais, tendo suas estratégias gerenciadas globalmente obtendo vantagens competitivas em cada local que está inserida.Com a evolução da TI e os meios de comunicação as organizações internacionais ganham mais flexibilidade em seus projetos empresariais globais, tendo 4 tipos de configuração: Sistemas Centralizados onde o desenvolvimento e a operação ocorre no pais de origem, Sistemas duplicados, o desenvolvimento ocorre no pais de origem e as operações em unidades autônomas localizadas em outros paises.. Sistemas Descentralizados cada unidade e em cada pais elaboram sistemas específicos. Sistemas em rede o desenvolvimento e operação ocorre de modo integrado e coordenado em todas as unidades.Então Sistemas Integrados exigem conhecimento dos processos e níveis empresariais bem como fluxos de informações, sendo determinados pelos gerentes os setores que devem estar ligados para atender as necessidades da empresa de acordo com os recursos tecnológicos e administrativos que ela possui.
http://www.oficinadanet.com.br/artigo/738/tipos_de_sistemas_de_informacao_na_empresa

O Brasil e a Sociedade da Informação

O Brasil e a Sociedade da Informação
Ministério da Ciência e Tecnologia
Ronaldo Mota Sardenberg*
10.04.2002
Há mais de cento e cinqüenta anos, Tocqueville, em sua obra Da Democracia na América, nos dizia: Cada novo método que conduza por um caminho mais curto para a prosperidade, cada máquina que poupe trabalho, cada instrumento que reduza o custo da produção, cada descoberta que facilite a satisfação ou a intensifique, é fruto maior do intelecto humano. É principalmente por essas razões que um povo democrático dedica-se à busca cientifica, que a entende e a respeita.
Assim também é em nossos dias. Persistem os ideais, embora ainda não os tenhamos alcançado de forma plena. A Sociedade da Informação permitirá o avanço na direção de se colocar a ciência em prol do bem estar da sociedade.
O programa Sociedade da Informação resulta de trabalho iniciado em 1996 pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia - o CCT. Sua finalidade é lançar os alicerces de um projeto estratégico, de amplitude nacional, para integrar coordenar o desenvolvimento e a utilização de serviços avançados de computação, comunicação e informação e de suas aplicações na sociedade, de forma a alavancar a pesquisa e a educação, bem como assegurar que a economia brasileira tenha condições de competir no mercado mundial.
Consolidando-se como instrumento de crescimento econômico, a Internet alcançou dimensões dificilmente previsíveis anos atrás, seja como novo meio de organização das empresas, seja como mecanismo de universalização do acesso da população a bens culturais. A Internet, a exemplo do que ocorre em outros países, deverá permitir a elevação média da produtividade da economia, ao passo que essa universalização irá conformando, progressivamente, o novo direito do indivíduo à informação.
No curso da revolução da informação, a Internet, em menos de uma década, saiu do âmbito restrito dos laboratórios de pesquisa e de grandes universidades nos países desenvolvidos para interligar, nesta virada de século, quase cem milhões de usuários em todo o mundo.
O crescimento projetado é igualmente expressivo. 0 número de assinaturas individuais na Internet chegará, em 2005, a 378 milhões; e, em 2010, a 719 milhões, em termos mundiais. O comércio eletrônico via Internet deverá capitanear o uso da rede, estimando-se que no próximo qüinqüênio duplicará a cada ano, e movimentará mais de US 620 bilhões dentro de quatro anos - em contraste com os US$ 40 bilhões que já movimentava em 1998.
O Brasil está atento às tendências rumo à Sociedade da informação, como desdobramento natural de uma visão estratégica, de futuro, da área de Informática, que remonta à década de 70.
Ainda em 1988, sob coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia, iniciou-se no Pais a implantação da Internet para uso da comunidade de ensino e pesquisa. Em 1995, a Internet brasileira foi regulamentada, conjuntamente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério das Comunicações, como um serviço aberto a todos os interessados, marcando o inicio da expansão que, em cinco anos, permitiu o acesso à rede a cinco milhões de pessoas. Para a adequada condução dessa estratégia, a constituição de um Comitê Gestor revelou-se instrumento fundamental. Reflexo do êxito dessa política é o próprio número de hosts conectados à Internet no Brasil, que subiu de cerca de 18 mil unidades em 1996 para mais de 300 mil em 1999, alçando o Pais ao 14º lugar no mundo. De maneira geral, os números da Internet no Brasil representam cerca de metade dos números totais da América Latina.
A prioridade que o Governo atribui à implantação da Sociedade da Informação e da Internet2 no Pais é vivamente reafirmada, haja vista sua inclusão entre os programas estruturantes do Avança Brasil, com recursos de todas as fontes de R$ 3,4 bilhões para os próximos quatro anos. Esses recursos serão aplicados em ações destinadas à manutenção da Rede Nacional de Pesquisa e implantação da Internet2; pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação; produção e exportação de software; aplicações de processamento de alto desempenho; desenvolvimento de componentes eletrônicos e microestruturas; inovação no setor de telecomunicações; sistemas de bibliotecas digitais; incentivos fiscais; e estudos do impacto das tecnologias da informação na sociedade.
Não seria exagero considerar que, em termos estratégicos, este é o mais importante dos programas do Ministério da Ciência e Tecnologia no Avança Brasil, pois envolve ampla articulação do Governo com toda a sociedade. Somente o aprimoramento da sinergia entre o Governo - em suas três esferas de atuação, federal, estadual e municipal - a academia e o setor privado permitirá ao País dar um novo salto. As implicações sócio-econômicas desse salto precisam ser avaliadas e discutidas por todos os setores envolvidos e a adequada realização desse debate é missão da Sociedade da Informação.
Um elemento essencial para a construção de uma Sociedade da Informação no Brasil é a implantação de sólida plataforma de telecomunicações, na qual possam difundir-se e florescer as aplicações em áreas de alto conteúdo e retorno social, como educação, saúde, meio ambiente, agricultura, indústria e comércio. Essas metas também estão a requerer a instalação e o fortalecimento de adequada infra-estrutura de escolas, bibliotecas e laboratórios, a fim de que uma nova geração de brasileiros se prepare para o futuro.
Não poderia deixar de referir as funções do próprio Ministério da Ciência e Tecnologia nesse processo: nossas ações serão destinadas a incentivar a capacitação tecnológica do Pais na área de redes de alta velocidade; formar parcerias, como a que fizemos com o Ministério da Educação, na nova Rede Nacional de Pesquisas; fomentar e financiar o desenvolvimento de novos aplicativos; criar um ambiente de pesquisa que utilize e, ao mesmo tempo, amplie o papel da Internet2; e maximizar os benefícios do desenvolvimento da área de redes na Política Nacional de Informática.
No entanto, a Internet no Brasil não seria possível sem o extraordinário esforço realizado pelo Ministério das Comunicações na expansão e consolidação da infra-estrutura de comunicações do País e sem a competente atuação da Anatel na regulação do setor. Desejaria também registrar a incorporação do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio a esse esforço.
Ainda muito temos a fazer em proveito do setor e do Pais - em conjunto com os representantes dos diversos segmentas da sociedade com assento no Comitê Gestor, e que, cada vez mais, deverão desempenhar funções empreendedoras nesse novo mundo digital.
Tornou-se indispensável que possamos - governo, comunidade acadêmica e comunidade empresarial, oferecer à sociedade a possibilidade de beneficiar-se do novo ambiente tecnológico, para alcançarmos um novo ciclo de crescimento que desponta. E o Programa Sociedade da Informação será um fator de mobilização do Pais rumo ao desenvolvimento social e economicamente sustentável.
*Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia
fonte: http://www.mct.gov.br/comunicacao/textos/default.asp?cod_tipo=2&cod_texto=1847

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Informação, conhecimento e gestão de conhecimento
28 Setembro 2009 12:02
Tópicos: conhecimento, David Snowden, gestão_de_conhecimento, informação
Bem na sequência do recente texto de Alberto Nobuyuki Hashimoto, deram-se duas curiosidades engraçadas.
A primeira aconteceu ontem quando peguei na Notícias Magazine (a revista do Diário de Notícias) e comecei a ler uma entrevista com Constantino Sakellarides, médico e professor de saúde pública, sobre a gripe A H1N1. Qual não é o meu espanto quando, em resposta à primeira questão, o médico responde com o seguinte:
“Informação e conhecimento são realidades muito diferentes. A informação é algo exterior a nós, a que estamos expostos continuamente, que circula enquadrada num contexto e numa estrutura que lhe dá sentido. Ao contrário, o conhecimento é algo de intrínseco, como alguém disse «é parte do nosso negócio que transportamos connosco», é alguma coisa que faz parte de cada um de nós. Por isso podemos estar continuamente expostos à informação e não sermos capazes de tomar decisões informadas e inteligentes porque nos faltam as «chaves críticas» que permitem transformar a informação em conhecimento.”
Dizendo de seguida que o desafio é:
“O importante é comunicar de forma que permita às pessoas transformar informação e orientações genéricas – a informação que é dada para todos independentemente das suas circunstâncias – em noções ou ideias que façam sentido perante a situação de cada um – o tal conhecimento que permite tomar decisões pessoais e concretas em função das nossas circunstâncias de vida.”
Não é todos os dias que se vê alguém falar sobre a diferença destes dois conceitos, informação e conhecimento, fora do âmbito das ciências económicas e de gestão, pelo que foi com grande agrado que o vi fazer e de forma tão inteligente. Independentemente de estar totalmente de acordo ou não, reconheço-lhe todo o mérito.
A segunda coincidência aconteceu hoje de manhã quando, ao abrir a última newsletter de David Gurteen leio o que ele considera ser a melhor definição de gestão de conhecimento, esta da autoria de David Snowden (que já aqui entrevistámos) e partilhada num post do seu blog Cognitive Edge:
“The purpose of knowledge management is to provide support for improved decision making and innovation throughout the organization. This is achieved through the effective management of human intuition and experience augmented by the provision of information, processes and technology together with training and mentoring programmes.”
Ou, numa rápida tradução para português,
“O propósito da gestão de conhecimento é oferecer suporte para uma melhoria da tomada de decisão e inovação em toda a organização. Isto consegue-se através de uma gestão eficáz da intuição e experiência humanas aumentadas pela oferta de informação, processos e tecnologia em conjunto com programas de formação e mentoring.”
Nada mau, hein?
Não digo que seja a melhor pois não gosto de absolutismos - e não, este comentário não tem nada a ver com as eleições legislativas de ontem :-) - mas é uma óptima definição que foca no propósito, dá ênfase aos aspectos humanos com sendo centrais e só depois avança para incluir os restantes aspectos.
Pessoalmente, considero que os propósitos da gestão de conhecimento são / podem ser mais vastos, nomeadamente para incluir aspectos de melhoria da eficiência e eficácia da actividade organizacional.
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Tópicos: conhecimento, David Snowden, gestão_de_conhecimento, informação
Ana Neves é sócia-gerente da knowman - Consultadoria em Gestão, Lda, empresa através da qual presta apoio de consultadoria nas áreas de gestão de conhecimento, aprendizagem organizacional, mudança cultural e social media. Tem participado como oradora convidada em conferências e facilitado workshops em Portugal, Brasil e Inglaterra. Criou e mantem o KMOL. Perfil no LinkedIn No Twitter. Ana Neves tem mais 418 textos no portal KMOL

A aprendizagem organizacional


A APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO
PROCESSO DE ESTRESSE GERADO PELAS MUDANÇAS PLANEJADAS

Aluna: Rubia Mara Maciel da Silva
Orientadora: Profª Daniele Cristine Nickel
FAE Business School - Faculdades Bom Jesus
Num cenário de altíssima competitividade, onde as organizações devem e estão
perseguindo a melhoria contínua de seus resultados, e por isso, buscando através dos
ensinamentos dos gurus da administração e a da educação continuada, soluções para os
seus problemas e inspiração para vencer seus desafios, não é possível esperar obter
resultados diferentes dos alcançados até então, com os programas convencionais. As
empresas precisam estar atentas para isso, aumentando continuamente sua capacidade de
aprender e inovar, e buscando também novas estratégias e métodos que procurem extinguir
ou ao menos minimizar a incidência dos fatores estressores organizacionais, para obter o
máximo de seu capital humano. Com isso, o objetivo geral desta pesquisa é investigar a
importância da Aprendizagem Organizacional como estratégia de gestão do processo de
estresse gerado pelas mudanças planejadas, isto porque muitas empresas ainda não sabem
como lidar com as situações de estresse que as mudanças mesmo quando planejadas
podem causar aos seus colaboradores. Para se atingir os objetivos da pesquisa, foi
efetuada uma vasta pesquisa bibliográfica, utilizando-se de pesquisas, teorias e métodos de
diversos autores de renome que já discutiram esta questão. Conclui-se de modo geral, que
todas as organizações podem ser organizações que aprendem, porém a forma e o ritmo do
aprendizado individual e coletivo, são muitas vezes diferentes do idealizado, fator este que
acaba gerando o estresse, com isso, dada as especificidades da realidade enfocada; para
realmente ser efetivo, este processo de aprendizagem não pode ser um evento pontual, e
sim um processo contínuo e ininterrupto, incorporado à cultura da organização, o que fará
com os fatores estressantes diminuam aumentando com isso a capacidade de
aprendizagem da organização como um todo.
Palavras-chave: competitividade, mudanças planejadas, aprendizado individual.

Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento: Um desafio a ser enfrentado

Rev Latino-am Enfermagem 2003 maio-junho; 11(3):269
www.eerp.usp.br/rlaenf Editorial
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL E GESTÃO DO CONHECIMENTO: UM
DESAFIO A SER ENFRENTADO
Isabel Amélia Costa Mendes1
Ter plena compreensão das pessoas como ativos, identificando e explorando suas diversidades intrínsecas
para adicionar valor aos projetos e resultados organizacionais, é um desafio a ser enfrentado se quisermos monitorar
com competência o potencial e a contribuição que os recursos intangíveis podem oferecer para o sucesso das
organizações.
Dentre os fatores que procedem à maximização dos recursos humanos, a aprendizagem organizacional e a
administração do conhecimento se destacam como imprescindíveis para o nosso tempo.
O conhecimento explícito e o conhecimento tácito interpõem-se nas organizações. Enquanto que o conhecimento
explícito, formal e sistemático, é facilmente disseminado fornecendo informações rápidas e confiáveis, de acesso
disponibilizável e conectando pessoas para sua utilização, o conhecimento tácito provém de experiência pessoal,
intuição, bom senso e insights sendo, portanto, muito mais difícil de ser comunicado. As soluções e conselhos criativos
que podem advir desse tipo de conhecimento tornam necessário seu compartilhamento, e aqui o diálogo é um importante
mecanismo de aprendizagem.
A administração do conhecimento contempla “maneiras deliberadas e sistemáticas para criar, captar, organizar
e transferir conhecimento”(1). Três forças impulsionam esta gestão: 1) a tecnologia da informação favorecendo a
disseminação compartilhada do conhecimento explícito e propiciando a conexão das pessoas em redes para o intercâmbio
e compartilhamento do conhecimento tácito; 2) o capital intelectual se tornou o alicerce da economia. Desta forma, os
dirigentes passam a investir e utilizar os recursos de conhecimento; 3) o interesse na gestão do conhecimento se
vincula intimamente aos empenhos das organizações de se transformarem em organizações de aprendizagem(1).
Na área da saúde, a enfermagem em suas distintas práticas tem reconhecido as pessoas - prestadoras e
recebedoras do cuidado - como seus ativos mais importantes. Em seu contexto, é inegável a contribuição que os
conceitos da aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento podem oferecer para a qualidade da assistência
e da gerência desenvolvidas.
Assim, mecanismos para sustentar a coleta e o compartilhamento do conhecimento explícito e tácito devem se
integrar na pauta das ações dos enfermeiros.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. Daft RL. Organizações: teorias e projetos. São Paulo: Pioneira Thompson Learning; 2002.

Ambiente de aprendizado cruzado

AMBIENTE DE APRENDIZADO CRUZADO
Para criar e desenvolver na empresa um ambiente de aprendizado cruzado é preciso antes de qualquer ponderação segregar desenvolvimento profissional de desenvolvimento empresarial. Uma empresa precisa necessariamente que as pessoas que fazem parte dela se desenvolvam para também se desenvolver, mas o contrário não se aplica. Uma empresa de qualquer ramo de atividade que tenha prospecção a novos mercados, para tanto, precisa estudar a respeito, fazer comparações, pesquisas, aprofundamento de casos e então lançar-se a novos desafios. Logo, para que isso ocorra, faz-se necessário que alguém inserido na empresa faça todo esse trabalho, o que demanda conhecimento e estudo, ou seja, desenvolvimento profissional. O aumento dos lucros, da carteira de clientes, dos colaboradores externos e a conquista de novos mercados condizem ao desenvolvimento empresarial. É notório e a história das grandes empresas mostra isso, que o desenvolvimento empresarial se fez através do desenvolvimento profissional, sendo que este, e o ponto crucial para toda essa evolução parte daí, ocorreu intrinsecamente, de dentro para fora, ou seja, a própria empresa oportunizou aos seus colaboradores internos que se desenvolvessem profissionalmente.
Antes de buscarem soluções difíceis e conturbadas em um já conturbado mercado de trabalho, as empresas bem desenvolvidas, reconhecidamente, vislumbraram em seus próprios colaboradores um potencial que o mercado de trabalho não oferece. Por vários aspectos: conhecimento e adaptação à política da empresa; relacionamento entre os próprios profissionais; conhecimento da rotina de tarefas e necessidades primordiais. As empresas criaram no próprio trabalho um ambiente de aprendizado cruzado que oferece uma oportunidade de crescimento e capacitação a quem já faz parte do processo. E profissionais criados na própria empresa, sem vícios rotineiros, abertos às tarefas, trazem muito mais resultados. Incentivos a cursos de atualização, aos estudos na área e a continuidade dos estudos. Incentivar um profissional a estudar não é um gasto, pois o bem e o conhecimento que ele levará ao ambiente de trabalho serão úteis para a própria empresa. Aprendizado cruzado pode ser encarado como um plano alternativo de carreira dentro da própria empresa, com um diferencial: o profissional sentir-se-á parte do processo e não apenas mais um que tem sua mesma rotina de todos os dias, pois saberá que uma hora ou outra a empresa terá que abrir mão de um profissional e terá que preencher seu quadro de colaboradores. Logo, antes de iniciar um processo de seleção externa, desenvolverá um ambiente de aprendizado cruzado dando chance e oportunizando crescimento aos colaboradores internos.